A parte que destruiu meu emocional no
livro "A Esperança" - Suzanne Collins.
POR VIA DAS DÚVIDAS
"Minha cabeça olha para os lados ao ouvir o silvo,
mas leva um tempo para acreditar que é real. Como ele poderia ter chegado até
ali? Examino atentamente as marcas das garras deixadas por algum animal
selvagem, a pata traseira que ele mantém ligeiramente acima do chão, os ossos
proeminentes em seu rosto. Ele veio a pé, então, do 13 até aqui. Talvez eles o
tenham expulsado ou talvez ele simplesmente não tenha suportado ficar lá sem
ela e então voltou para procurá-la.
-
Você perdeu seu tempo. Ela não está aqui – digo a ele. Buttercup mia. – Ela não
está aqui. Pode miar o quanto quiser. Você não vai achar a Prim. – Ao ouvir o
nome dela, ele levanta a cabeça. Ergue as orelhas achatadas. Começa a miar
cheio de esperança. – Vá embora! – Ele se desvia da almofada que eu jogo nele.
– Vá embora! Não tem nada aqui para você! – Começo a tremer, furiosa com ele. –
Ela não vai voltar! Ela nunca mais vai voltar para cá! – Pego outra almofada e
me levanto para aprimorar a mira. Do nada, as lágrimas começam a escorrer pelo
meu rosto. – Ela está morta. – Envolvo os braços em meu próprio corpo para
aliviar a dor. Caio sobre os tornozelos, balanço a almofada, gritando: - Ela
está morta, seu gato idiota. Morta! – Um novo som, parte choro, parte canto,
sai do meu corpo, dando voz ao meu desespero. Buttercup começa a choramingar
também. Não importa o que eu faço, ele não arreda o pé de lá. Ele anda ao meu
redor, fora de alcance, enquanto onda após onda de soluços sacodem o meu corpo,
até que por fim caio inconsciente. Mas ele deve ter entendido. Ele deve saber
que o impensável aconteceu e que sobreviver obrigará à execução de atos
previamente impensáveis. Porque horas depois, quando volto a mim na cama, ele
está lá ao luar. Agachado ao meu lado, olhos amarelos alertas, protegendo-me da
noite."
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