Tudo bem meus druguis? No
post de hoje iremos govoretar sobre o zamechati, ujasni, assustador, enfim,
sobre o chudesni clássico “Laranja
Mecânica”, que é tudo isso e muito mais. “A Clockwork Orange”, de Anthony Burgess, o livro foi publicado
originalmente em 1962. Eu li na edição da editora Aleph, na edição comemorativa
de 50 anos, com tradução de Fábio Fernandes, que está incrivelmente linda.
A edição especial de 50 anos é em capa dura, impressa em duas
cores (preto e laranja), e inclui: ilustrações exclusivas dos artistas Angeli,
Dave McKean e Oscar Grillo; trechos do livro restaurados pelo editor inglês; notas
culturais do editor; artigos e ensaios escritos pelo autor, inéditos em língua
portuguesa; uma entrevista inédita com
Anthony Burgess; reprodução de seis páginas do manuscrito original, com
anotações e ilustrações do autor, além de um glossário da linguagem Nadsat (linguagem
criada por Burgess para o livro).
Sinopse: Alex é o jovem líder de uma gangue de adolescentes
cuja diversão é cometer perversidades e atos de violência pelas ruas de uma
cidade futurista governada por um Estado repressivo e totalitário. Depois de
cometer um crime que termina em um assassinato, ele acaba preso pelo governo e
submetido a um método experimental de recondicionamento de mentes criminosas,
que se utiliza de terapia de aversão brutal.
Embora seja o seu livro
mais conhecido, comentado e estudado (Sim! Existem inúmeros estudos de cunho
político, filosófico e sociológico sobre essa obra), esse está longe de ser o
livro preferido do autor.
Burgess comenta que não
tinha muitas pretensões com essa obra. Ainda jovem, ele foi diagnosticado como doente
terminal, numa estimativa mais otimista, lhe restariam poucos meses de vida. Na
tentativa de deixar recursos financeiros para a esposa, Burgess decidiu
escrever várias obras, entre elas “Laranja
Mecânica”. Por sorte tudo não passou de um feliz erro médico e Burgess
viveu por mais 40 anos após o diagnóstico.
Mas do que se trata o
livro? A história é narrada em primeira pessoa por Alex, um jovem líder de uma
gangue ultraviolenta (não subestimem esse termo, please). Para tornar a leitura
mais imersiva, ao mesmo tempo em que provoca uma sensação de estranheza, o
autor cria um dialeto próprio, o Nadsat, que é utilizado pelas gangues adolescentes,
o que no início provoca uma estranheza e dificulta um pouco o avanço da
leitura, mas quando você se acostuma e começa a entender com mais fluidez o
texto a sensação de estranheza permanece, dessa vez acompanhada pelo assombro
de você estar compreendendo e ter se acostumado com toda aquela violência, algo
genial da parte do autor.
Mas com certeza a
principal discussão abordada pela obra está relacionada ao tratamento ao qual
Alex submetido para “curar” seu comportamento violento e assim ser reintegrado
a vida em sociedade sem ser uma ameaça as demais pessoas, levantando as questões:
Até que ponto o Estado tem o direito de
intervir na vida do cidadão em nome do “bem maior”? Qual seria a solução para a
violência em nossa sociedade? O autor não nos dá uma resposta para isso e
creio que dificilmente chegaremos a uma.
Este é um livro
extremamente atual e muito presente na cultura popular, tendo inspirado várias músicas.
Um dos principais responsáveis por essa popularização é sem dúvida o filme de
1971, dirigido por Stanley Kubrick. Achei o filme bem fiel ao livro, dentro do possível.
E aqui confesso que tive
mais dificuldades de concluir o filme do que o livro, sou uma pessoa bem mais
visual do que imaginativa, então ver o que foi descrito pelo autor retratado na
telona foi bem mais impactante.
Com relação as duas obras
a principal diferença é o final, pois Kubrick se baseou na edição americana para
as filmagens, edição essa que não possui o último capítulo, o 21, presente na
edição original (e na da Aleph) e que dá um outro tom a obra.
Independente disso, é impossível
você chegar ao final, seja do filme ou do livro, e ficar indiferente. Não considero
essa obra uma apologia à violência, mas uma alerta contra o extremismo, que
pode levar a tomada de decisões errôneas e pouco eficazes.
DETALHES DA EDIÇÃO COMEMORATIVA
Então é isso, espero que vocês
tenham gostado. Beijos a até a próxima.
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