Tudo bem??? No post de hoje iremos conversar sobre
o clássico “Cem Anos de Solidão” do colombiano Gabriel García Márquez, publicado originalmente em 1967. O
livro foi publicado pela editora Record, com tradução de Eric Nepomuceno.
“Sinopse da editora: ‘Muitos anos depois, diante
do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendia havia de recordar aquela
tarde remota em que seu pai o levou para conhecer a fábrica de gelo’...
Com essa frase antológica, García Marquéz, Prêmio Nobel de Literatura de 1982,
introduz a fantástica Macondo, um vilarejo situado em algum recanto do
imaginário caribenho, e a saga dos Buendia, cujo patriarca, Aureliano, fez
trinta e duas guerras civis... e perdeu todas.
García Marquéz já despontava como um dos mais
importantes escritores latino-americanos, no início da década de 1970,
quando “Cem anos de solidão” começou a ganhar público
no Brasil. O livro causou enorme impacto. Na época, o continente estava
pontilhado de ditaduras. Havia um sentimento geral de opressão e de impotência.
Então, essa narrativa em tom quase mítico, em que o tempo perde o caminho, em
que os episódios testemunhados e vividos acabam se incorporando às lendas
populares, evoca nos leitores uma liberdade imemorial, que não pode ser
arrebatada. E tão presente. Tão familiar e necessária.
Em Macondo, os mortos envelhecem à vista dos vivos
e os anjos chegam, sempre, em dezembro. Entretanto, García Marquéz nunca
aceitou que suas narrativas fossem rotuladas como fantasia. Talvez porque isso
exilasse Macondo num outro mundo, que nem a solidão ou a liberdade pudessem
alcançar. ‘Cem anos de solidão’ é a mais pura história
do povo latino-americano. Mas ultrapassa o momento e expõe a alma dessa
história - ou como é vivenciada”.
Esse é um livro que pode ser chamado de: lindo, incrível,
sensacional, maluco, confuso, whatever, mas nunca de um livro fácil de se ler. “Cem
Anos de Solidão” não é um livro fácil de se ler ou se descrever. Quando me perguntavam
sobre do se tratava a obra eu só conseguia responder: “Olha, é um livro bem
maluco”.
Nele acompanhamos a história de sete gerações da família
Buendia, que nos é contada por um narrador onisciente em 3º pessoa de forma um
tanto que “bagunçada”, a narrativa não é feita de forma cronológica, o
narrador faz algumas digressões e antecipações do enredo ao longo da narrativa,
o que gera uma certa confusão no leitor, ainda mais que os nomes dos membros
dessa família são muito semelhantes, sendo disponibilizado uma árvore genealógica da família no inicio para
facilitar a vida do leitor.
Se
utilizando dessa técnica, e de alguns detalhes no enredo, o autor nos passa a sensação
de estagnação do tempo, como se ele não passasse, apesar de ter se passado pelo
menos 130 anos. Percebemos uma narrativa cíclica, dando aquele sentimento de um
eterno recomeço e um eterno fim.
Apesar
da leitura oferecer certas dificuldades esse é um livro muito bom e envolvente.
Esse é um livro que a leitura deve ser degustada, apreciada,
aproveitada, refletida e feita com atenção pois temos muitas nuances, críticas
sociais e analogias a nossa sociedade, em especial a América Latina, que passará
batido numa leitura afobada. Temos Macondo, por exemplo
representando a América Latina – sujeita aos desmandos de seus governantes,
preocupados em explorar seus recursos e riquezas sem levar em consideração seus
conterrâneos, uma terra que passou por várias revoluções, assim como Macondo passou
por várias guerras promovidas por Aureliano. Tudo isso contado através de uma
narrativa forte, cruel, envolvente, emocionante, sensível, engraçada e com
vários acontecimentos fantásticos, sendo assim não recomendo essa leitura para uma maratona.
A editora Record lançou uma edição comemorativa que
só tenho a dizer que é LINDÍSSIMA, com projeto gráfico muito belo. A primeira
capa é almofadada, com o desenho de um jardim com várias formigas (com verniz
localizado) e uma borboleta disposta numa forma que lembra muito um olho, e a ultima
capa é dura. Não há o nome do autor ou da obra na capa, apenas na lombada e na
cinta. A diagramação e espaçamento estão ótimos, confortáveis para a leitura.
Então é isso, sei que não é um livro que irá agradar
a todos, mas vale a pena dar uma chance. Espero que vocês tenham gostado, beijos
e até a próxima.
Essa edição está belíssima e cada vez que eu vejo, fico babando! Linda demais!
ResponderExcluirEm uma primeira leitura que fiz desse livro, não cheguei a terminar, realmente é um tanto maluco e eu me perdi e nessas desinteressei. Mas, deixei o tempo passar e peguei novamente para ler, dessa vez sem pressa e sem pressão de chegar ao fim. E que livro envolvente!! A história, realmente não é para ser lida de forma rápida e sim degustada, como você falou. Virei fã do Gabo. Parabéns pela resenha, é uma história difícil de colocar no papel.
Obrigada <3 Realmente, ler esse livro com pressa, com prazo para concluir não ajuda muito. A melhor maneira de aproveita-lo é ler sem correria, sem afobação. Beijos.
ExcluirEu sou louca pra ler esse livro! E essa edição está maravilhosa mesmo!!!
ResponderExcluirAdorei a sinceridade pelo "livro maluco" hahaha acho que consigo entender bem o que quis dizer, tive essa mesma sensação quando li Deuses Americanos, do Gaiman.
Quero separar um tempo da vida pra degustar esse livro e pesquisar sobre e aprender tudo que puder sobre a riqueza que ele carrega!
osenhordoslivrosblog.wordpress.com
Terei de ler "Deuses Americanos", mais um livro maluco para a coleção, kkkkkk. Depois me conta o que achou. Beijos.
ExcluirOie.
ResponderExcluirEu li Cem Anos de Solidão no começo do meu curso e gostei bastante. Vejo muitas semelhanças desse com outros livros e acho genial a ideia da narrativa cíclica.
Adorei sua análise.
Beijos.
Fantástica Ficção
Obrigada <3 Gabo me fisgou, quero ler mais obras dele. Beijos.
ExcluirOi, tudo bem ?
ResponderExcluirNossa, não conhecia, mas desde de já adianto que amei sua resenha sincera, gostei de você ter deixado claro que nem sempre a leitura é fácil e a questão da ordem cronologia ser um pouco maluca de acompanhar, além de poder buscar auxílio na árvore genealógica. A edição parece está maravilhosa e gostei bastante da proposta, sua resenha está clara e instigante.
Obrigada <3 Gabo me fisgou, quero ler mais obras do autor. Beijos.
ExcluirJá ouvi falar mesmo que esse não é um livro fácil de se ler, mas que é magnífico! E essa edição tá lindíssima mesmo! Tenho vontade de ler, mas ao mesmo tempo um certo medinho, rsr. Mas com certeza é um desses pra se ler antes de morrer. Adorei o post!
ResponderExcluirBeijos,
Isa
taglibraryisa.blogspot.com
Obrigada <3 É normal termos medinho, Mas é uma leitura que vale a pena.
ExcluirOlá!
ResponderExcluirEu sempre vejo ele disponível no Kindle Unlimented, mas sempre falo que quero ler esse livro físico, sentir o peso dele e da história. Amei tua resenha e essa edição é linda mesmo!
Beijos,
Blog Diversamente
Obrigada <3 Essa edição está um arraso. Beijos.
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