Tudo bem com vocês???
No post de hoje irei comentar um pouco sobre Os Maias do incrível Eça de Queirós, sendo esse o último livro da
trilogia Cenas da Vida Portuguesa,
composta também pelos MARAVILHOSOS O
Crime do Padre Amaro e O Primo
Basílio, que eu já li e AMO MUITO. As obras são consideradas uma trilogia
não por estarem interligadas entre si, pois não estão, mas por retratarem e
examinarem a sociedade lisboeta em suas diversas camadas.
Antes de continuar o
post quero deixar claro que não tenho a menor pretensão de fazer uma análise ou
uma dissertação sobre a obra (e acredite em mim – essa obra renderia várias,
inúmeras dissertações), afinal esse não é o intuito do blog e eu não sou
formada na área. Avisos dados “simbora pros comentários”.
Em minha humilde opinião
quanto menos o leitor souber sobre o enredo mais interessante se torna a
leitura, pois assim a história vai de envolvendo, te enredando, UOU, e isso
vale para os outros livros do autor, então tentarei o máximo possível não
detalhar o enredo. Fazendo um apanhado muito geral sobre a obra – a história se
passa em Portugal do século XIX, em especial na segunda metade do século,
acompanhando as desventuras de 3 gerações da família Maia: o patriarca Afonso
da Maia, Pedro da Maia – filho de Afonso, e Carlos Eduardo – filho de Pedro.
O livro é narrado em 3º
pessoa, de forma cronológica. A escrita do Eça é M-A-G-N-Í-F-I-C-A, é
descritiva de forma que o leitor sente o aroma do ambiente, sente a alegria ou
angústia dos personagens, ao mesmo tempo em que é poética, em alguns momentos parece
que você esta lendo um poema.
“E
não era a primeira vez que tinha destes falsos arranques de amor, ameaçando
absorver, pelo menos por algum tempo, todo o seu ser e resolvendo-se em tédio,
em "seca". Eram como os fogachos de pólvora sobre uma pedra; uma
fagulha ateia-os, num momento tornam-se chama veemente que parece que vai
consumir o Universo, e por fim fazem apenas um rastro negro que suja a pedra.
Seria o seu um desses corações de fraco, moles e flácidos, que não podem
conservar um sentimento, o deixam fugir, escoar-se pelas malhas de um tecido
reles?”
“Assim acontece com as estrelas de acaso! Elas
não são de uma essência diferente, nem contêm mais luz que as outras: mas, por
isso mesmo que passam fugitivamente e se esvaem, parecem despedir um fulgor
mais divino, e o deslumbramento que deixam nos olhos é mais perturbador e mais
longo...”
O livro está repleto de
simbolismo, crítica social, crítica ao clérigo, ao sistema educacional, entre outras.
Vários personagens possuem sobre o país uma perspectiva muito derrotista, muito
pessimista, o que me lembrou e muito do chamado “complexo de vira-lata”
brasileiro.
É claro que temos aqui uma
escrita mais rebuscada e com termos em desuso, afinal o livro foi escrito em
1888, mas nada que um dicionário e um tempinho a mais de leitura não resolvam. Durante
a leitura eu escutei o áudio livro disponível legalmente no Youtube, o que pode
facilitar e muito a leitura para quem assim como eu apreende mais ouvindo.
Só posso dizer LEIAM.
Espero que vocês tenham gostado. Beijos e até a próxima.
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