Viajei com: Breve História de Sete Assassinatos - Marlon James - PLM #18

Tudo bem com vocês??? No post de hoje irei comentar sobre o livro Breve História de Sete Assassinatos do jamaicano Marlon James, publicado aqui no Brasil em 2017 pela Intrínseca com tradução de André Czarnobai. O livro rendeu ao autor o prêmio Man Booker Prize em 2015.

SINOPSE: Em 3 de dezembro de 1976, às vésperas das eleições na Jamaica e dois dias antes de Bob Marley realizar o show Smile Jamaica para aliviar as tensões políticas em Kingston, sete homens não identificados invadiram a casa do cantor com metralhadoras em punho. O ataque feriu Marley, a esposa e o empresário, entre várias outras pessoas. Poucas informações oficiais foram divulgadas sobre os atiradores. No entanto, muitos boatos circularam a respeito do destino deles.

Breve história de sete assassinatos é uma obra de ficção que explora esse período instável na história da Jamaica e vai muito além. Marlon James cria com magistralidade personagens – assassinos, traficantes, jornalistas e até mesmo fantasmas – que andaram pelas ruas de Kingston nos anos 1970, dominaram o submundo das drogas de Nova York na década de 1980 e ressurgiram em uma Jamaica radicalmente transformada nos anos 1990. Um romance épico, brilhante e arrebatador, vencedor do Man Booker Prize de 2015.

A narrativa de breve não tem nada, já que o livro possui mais de 700 páginas, contando com mais de 75 personagens, para facilitar temos um lista com os nomes e uma rápida descrição deles no início do livro.

Usando como fio condutor de sua narrativa o atentado contra o cantor Bob Marley, que planejava um show em prol a paz e unificação da Jamaica antes da eleição presidencial, o autor vai levando o leitor a montar um quebra-cabeça que retrata um dos momentos mais conturbados da Jamaica, principalmente entre as décadas de 70 e 80.

Gostei muito do fato do autor não ter se atido apenas ao atentado contra o Cantor, mas ter feito um apanhado do antes, durante e depois disso, tudo em primeira pessoa na perspectiva de vários personagens, não focando apenas em um personagem, afinal:

Embora tenha gostado do livro, o achei sofrível e cansativo em alguns pontos, com uma narrativa densa, que oferece resistência ao leitor, já que a narrativa é composta por múltiplas vozes, com marcas de oralidade, especialmente quando o narrador não possui muita instrução, sei que isso foi feito forma proposital, mas isso é algo que me incomoda bastante, sem falar no uso constante de palavras de baixo calão, praticamente a cada 10 palavras 11 são palavrões, quando não é o personagem falando é o leitor pensando. Segundo o próprio autor em entrevista concedida a Mateo Sancho Cardiel do jornal El País (entrevista na integra):

“Não acredito que os leitores vão seguir adiante de maneira fluida em cada página. Nem deveriam. Há confusão, os personagens se contradizem e a história não se encaixa, mas isso é premeditado. Não há uma autoridade que conte uma história assim. Não estou tentando posicionar nenhuma das vozes como a verdadeira. Os personagens às vezes tiram sarro do leitor”.

Apesar disso gostei muito da escolha do livro como representante da Jamaica no Projeto Lendo o Mundo, pois o autor aborda diversos temas como escravidão, colonização, direitos das minorias, violência, tráfico de drogas, e inúmeros outros, além de trazer vários aspectos culturais da Jamaica, creio que André Czarnobai teve muito trabalho na tradução e adaptação da narrativa para o português.

E para finalizar, vale ressaltar que não recomendo esse livro para menores de 18 anos ou para quem não se sente bem com narrativa de violência. Espero que vocês tenham gostado. Beijos e até a próxima.