Tudo bem??? No post de hoje iremos conversar sobre o
livro “O Estrangeiro” de Albert
Camus. O livro foi publicado originalmente em 1942, chegando ao Brasil em 1979.
Eu li na edição da Editora Record, com tradução de Valerie Rumjanek.
Sinopse: Mais
conhecida e importante obra de ficção de Albert Camus, em edição de bolso Este
livro narra a história de um homem comum que se depara com o absurdo da
condição humana depois que comete um crime quase inconscientemente. Meursault,
que vivia sua liberdade de ir e vir sem ter consciência dela, subitamente
perde-a envolvido pelas circunstâncias e acaba descobrindo uma liberdade maior
e mais assustadora na própria capacidade de se autodeterminar. Uma reflexão
sobre liberdade e condição humana que deixou marcas profundas no pensamento
ocidental. Uma das mais belas narrativas deste século.
Esse livro faz parte do ciclo do Absurdo, ciclo
composto pelo romance “O estrangeiro”
de 1942; pelo ensaio “O mito de Sísifo”
de 1942 e pela peça “Calígula”
representada em 1945.
O autor, que nasceu na Argélia, local onde se passa a
história, ganhou em 1957 o Prêmio Nobel de Literatura, principalmente pela obra
“O Estrangeiro”, três anos antes de
falecer em um acidente de carro.
Assim como Sartre, de quem foi amigo por um tempo,
Camus desenvolve a Filosofia Existencialista, desenvolveu um humanismo baseado
na consciência do absurdo.
Albert nos mostra um mundo sem sentido, onde a única
forma de chegar a um significado ou propósito é criar um por si mesmo. Ou seja,
o significado de uma situação, de um contexto é dado pelo próprio indivíduo e
não pelo ato em si.
Conhecemos suas análises filosóficas através de suas
obras literárias, entre elas “O
Estrangeiro”, que é narrado em primeira pessoa por Meursault, nosso
personagem principal. Comumente narradores em 1º pessoa não são narradores confiáveis,
já que temos apenas o seu ponto de vista, temos apenas uma versão da história. Mas
o leitor não possui nenhum motivo para não dar crédito ao que Meursault está
nos contando.
O livro já começa de forma bastante desconcertante: “Hoje mamãe morreu. Ou talvez ontem, não sei.
Recebi um telegrama do asilo: ‘MÃE
MORTA. ENTERRO AMANHÃ. SINCEROS SENTIMENTOS.’ Isso não quer dizer nada. Talvez tenha sido ontem.”
Para Meursault, que é um personagem bastante apático e
indiferente ao que está acontecendo ao seu redor, apenas o presente importa,
apenas o presente é concreto, não há ressentimentos em relação ao passado e nem
preocupação com o futuro. Ao contrário do que pode parecer, esse não é um
personagem insensível de todo, mas ele não é uma pessoa dissimulada, mantendo
sua transparência até o fim, não participando da hipocrisia social.
E isso é algo que leva o leitor a refletir sobre o
título da obra: afinal quem é o estrangeiro? Seria o árabe? Ou o próprio narrador,
que vive numa sociedade hipócrita, manipuladora e se recusa a assumir o papel
que esperam dele?
Não considero esse um livro difícil de ser lido, foi
até bastante tranquilo, mas é bastante difícil de colocar em palavras tudo o que
foi sentido durante a leitura, e essa é a parte mais importante dessa leitura:
a experiência de leitura, o sentir a obra. Durante toda a leitura fui acompanhada
de um sentimento de incômodo, de desconforto, é estranho mas não sei dizer o
que realmente me incomodou.
Essa foi uma leitura maravilhosa, foi uma experiência muito
interessante. Então é isso, espero que vocês tenham gostado. Beijos e até a próxima.
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