OLÁ... Tudo bem como
vocês? Bom, faz muuuuuuuuuuuuito tempo que não compartilho algo que achei
legal, então hoje quero compartilhar um texto do site Potterish escrito pela Nilsen
Silva. A muito tentava definir o porquê o Lupin me marcou tanto, e essa linda
da Nilsen conseguiu transformar isso em palavra.
Segue o texto na integra...
“Desde
que me tornei colunista do Ish, um tema de coluna vem falando baixinho no meu
ouvido a frase “fale sobre mim, fale sobre mim!” toda santa vez que eu abro o
documento do Word para escrever o meu próximo texto. Hoje, porém, a sensação
foi que o tal tema me mandou um berrador contendo uma ameaça, dizendo para que
eu me aventure logo na complexidade do caráter do meu personagem preferido
antes que algo de muito ruim me aconteça. Decidi não arriscar.
Remo
Lupin, meu querido lobisomem, é um dos principais personagens do meu livro
favorito da série, O Prisioneiro de Azkaban. Além do fato de ser,
provavelmente, a obra em que ele tem mais presença, a história sempre me
atingiu de um jeito diferente do resto da saga. Não sei se é por causa da dose
exata entre a magia de Hogwarts e o lado sombrio ou simplesmente por ter me
apresentado aos incríveis Marotos. O que importa é que, desde que eu li O
Prisioneiro de Azkaban pela primeira vez, apontei para o Lupin e decidi que ele
seria o meu preferido. Eu li os outros livros da série, mas nada mudou. Ele
tinha um quê de honestidade, complexidade, tristeza e desespero que sempre me
atingiu.
Passei
muito tempo sem entender o motivo de eu ter me afeiçoado tanto a ele. Remo
Lupin não é um personagem de grande destaque nos livros. Nem mesmo nos filmes
ele aparece tanto assim – o que sempre me chateou. Mas alguma coisa naquelas
roupas gastas e na aparência fatigada sempre me instigou. Antes de conhecer
mais da sua história, eu já sabia que ele era muito mais do que parecia ser. E
meus palpites só foram confirmados com o desenvolvimento da trama: além de um
alicerce para Harry em momentos extremamente difíceis, Lupin trabalhou como
espião na Ordem da Fênix entre um grupo de lobisomens liderados por Greyback.
Coragem.
Mas como uma pessoa tão corajosa pode ser assim tão frágil? De onde vem tanta
fragilidade? O fato de ser mordido pelo lobisomem Greyback quando criança com
certeza foi um dos fatores mais agravantes. Aliado a isso, na minha opinião, há
o fato de ele ser um tanto… carente. Talvez até mesmo um pouco inocente,
querendo sempre acreditar e esperar o melhor das pessoas. Até mesmo JK já
afirmou algo nessa linha. Em uma entrevista de 2003, no Royal Albert Hall, ela
disse que “Lupin é um ótimo professor e também um ótimo homem, mas possui um
defeito: gosta muito de ser querido. É aqui que ele erra. Por nunca ter tido
facilidade para fazer amigos, Remo acaba tão grato que acaba enxergando
qualquer pessoa que goste dele como alguém bom, o que o torna um tanto descuidado
quanto suas amizades”.
A
dor e a recusa de entregar sua humanidade para o lobo que está crescendo dentro
dele, como muitos outros lobisomens fizeram anteriormente, provocaram uma
ferida muito grande. É horrível quando nós vemos pessoas queridas se envolvendo
com coisas que não fazem bem, passando por cima de essência, integridade e
caráter. Lupin sentiu a dor do mesmo modo, mas felizmente conseguiu resistir e
ser fiel a si mesmo. É aí que aparecem seus amigos, os melhores que ele podia
ter, que foram capazes de colocar o tal “probleminha peludo” em pé de igualdade
ao se tornarem animagos. Lupin era um animal? Então eles também seriam, e o
ajudariam em tudo o que ele precisasse.
Essa
prova de amizade foi tão intensa para ele. Uma pessoa que tem dificuldades
imensas de se integrar, de conviver com outras pessoas que não têm um lado
oculto. Gente que sabe de sua natureza loba, que olha torto e evita a todo
custo. Naturalmente feridas profundas se formam, após anos e anos vendo todos
ao seu redor jogarem sal e vinagre na cicatriz que custa a se fechar.
Somente Tonks, muito tempo depois, conseguiu curar toda essa mágoa – e mesmo assim eu me arrisco a dizer que não foi totalmente. O fato de Lupin sentir-se deslocado, se identificando e recebendo apoio dos poucos que se importam verdadeiramente com ele é uma grande metáfora. O fato de ele ser um lobisomem funciona como uma alusão para todos aqueles que sofrem de doenças graves, que se sentem alheios ao mundo ao seu redor, como se não pertencessem ali, e que possuem deficiências. É por isso que Lupin é um personagem totalmente identificável. Nós podemos não ter deficiências ou grandes males, mas me arrisco a dizer que todos, em algum momento de suas vidas, já se sentiram deslocados em algum lugar, de algum grupo de pessoas. Ao entrar sozinho em uma festa. Ao se mudar para uma cidade nova. Ao ser o único a gostar daquele cantor ruim.
Somente Tonks, muito tempo depois, conseguiu curar toda essa mágoa – e mesmo assim eu me arrisco a dizer que não foi totalmente. O fato de Lupin sentir-se deslocado, se identificando e recebendo apoio dos poucos que se importam verdadeiramente com ele é uma grande metáfora. O fato de ele ser um lobisomem funciona como uma alusão para todos aqueles que sofrem de doenças graves, que se sentem alheios ao mundo ao seu redor, como se não pertencessem ali, e que possuem deficiências. É por isso que Lupin é um personagem totalmente identificável. Nós podemos não ter deficiências ou grandes males, mas me arrisco a dizer que todos, em algum momento de suas vidas, já se sentiram deslocados em algum lugar, de algum grupo de pessoas. Ao entrar sozinho em uma festa. Ao se mudar para uma cidade nova. Ao ser o único a gostar daquele cantor ruim.
Pensando
bem, acho que todos os personagens de Harry Potter são, em algum momento,
totalmente identificáveis. E isso se dá pelo simples fato de que eles foram
construídos de uma maneira tão minuciosa e sincera que quase nos faz pensar que
eles realmente existiram. Talvez eles existam mesmo, dentro de nós. Talvez
todos nós tenhamos um quê da coragem de Hermione, do sangue-frio de Harry e da
fragilidade de Lupin. E a melhor parte? Isso é bom. É bom sentir, ser
vulnerável, dar o braço a torcer, dentro de seus próprios limites.
Lupin
me ensinou muitas coisas. Ele foi mais que um professor de Defesa Contra as
Artes das Trevas. Ele foi mais que um homem frágil com um passado traumático.
Ele foi mais que um homem bondoso que tinha tudo a perder e que, ainda assim,
coletou tesouros admiráveis. Ele foi, e ainda é, meu personagem preferido. Não
importa a quantidade de palavras, sei que eu jamais vou conseguir expressar
tudo o que ele me faz sentir.
Nilsen
Silva gostaria de abraçar Remo Lupin e dizer que tudo vai ficar, e já está,
bem.”
E aí, o que me dizem desse
texto??? Qual o personagem favorito de vocês? Beijos e até a próxima.
AMEEEEEEEEEEEI O POST <3
ResponderExcluirObrigada...
ExcluirMuito bom :D ...ameiii
ResponderExcluirObrigada :)
ExcluirNota 10... Post muito bom.. Parabéns...
ResponderExcluirObrigada :)
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