Tudo bem? No post de hoje iremos
conversar sobre “Lolita” de Vladimir Nabokov, publicado em 1955. Li na edição
da editora Alfaguara com tradução de Sergio Flaksman.
Sinopse: Polêmico, irônico e
tocante, este romance narra o amor obsessivo de Humbert Humbert, um cínico
intelectual de meia-idade, por Dolores Haze, Lolita, 12 anos, uma ninfeta que
inflama suas loucuras e seus desejos mais agudos. Através da voz de Humbert
Humbert, o leitor nunca sabe ao certo quem é a caça, quem é o caçador. A
obra-prima de Nabokov, agora em nova tradução, não é apenas uma assombrosa
história de paixão e ruína. É também uma viagem de redescoberta pela América; é
a exploração da linguagem e de seus matizes; é uma mostra da arte narrativa em
seu auge. Na literatura contemporânea, não existe romance como Lolita.
O que dizer sobre essa
capa e essa sinopse, que podem dar uma ideia bem errada da narrativa? Ambas são
bem ambíguas assim como a obra de Nabokov.
A capa pode passar para
alguns a ideia de uma Dolores sedutora, imagem que nosso narrador quer nos
vender a todo custo, mas brincar com a maquiagem, as roupas e os calçados da
mãe, é um comportamento bem comum entre crianças, enfim apenas uma criança sendo
criança e explorando o mundo.
No tocante a sinopse duas
frases me chamaram a atenção: “Através da
voz de Humbert Humbert, o leitor nunca sabe ao certo quem é a caça, quem é o
caçador” – numa rápida leitura, pode parecer talvez que nosso
narrador talvez não tenha 100% da responsabilidade dos acontecimentos, porém,
para mim a chave está no começo dessa frase – o fato de que a única
visão que temos é a do Humbert Humbert, que sim é manipulador e cínico, que
tenta conquistar o júri (nós leitores), sobre a alegação de que teria sucumbido
aos encantos de Dolores; contudo em alguns pontos ele deixa escapar suas
verdadeiras intenções e caráter, como no momento em que fantasia com uma Lolita
II (que seria sua filha) e uma Lolita III (que seria sua filha e neta), se isso
não é totalmente asqueroso e repulsivo, não faço a menor ideia do que é
asqueroso e repulsivo.
Já a segunda frase que me chamou a
atenção foi: “Na literatura
contemporânea, não existe romance como Lolita”, a princípio pode parecer
que a frase está afirmando que “Lolita”
é uma história romântica, entretanto quando falamos em romance, estamos falando
do gênero narrativo ao qual o livro pertence, pois esse livro é ZERO romântico,
afinal estamos falando de uma história sobre pedofilia, e é impossível ter romantismo
nisso, em momento algum tive empatia por Humbert Humbert.
Mesmo se tratando de um
tema extremamente pesado e repulsivo, o livro é narrado de uma forma bem
contrastante, com uma linguagem muito poética e com algumas metáforas, em
alguns momentos tive de reler para confirmar se realmente eu havia entendido corretamente
a cena narrada, a tradução foi bem feliz e consegui manter essas características.
Então é isso, espero que vocês tenham gostado. Beijos e até a próxima.
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