Tudo bem com vocês???
No post de hoje irei comentar sob o livro A
casa das sete mulheres de Leticia Wierzchowski. O livro é o primeiro de uma
trilogia e quero MUITO ler os próximos livros, “Um Farol no Pampa” e “A
Travessia”.
Sinopse (SKOOB): Durante
a Revolução Farroupilha (1835-1845) — uma luta dos latifundiários
rio-grandenses contra o Império brasileiro —, o líder do movimento, general
Bento Gonçalves da Silva, isolou as mulheres de sua família em uma estância
afastada das áreas em conflito, com o propósito de protegê-las. A guerra que se
esperava curta começou a se prolongar. E a vida daquelas sete mulheres
confinadas na solidão do pampa começou a se transformar. O que não está nos
livros de história sobre a mais longa guerra civil do continente está neste
livro de Leticia Wierzchowski, um exercício totalizador sobre a violência da
guerra e sua influência maléfica sobre o destino de homens e de mulheres.
Só posso dizer que amei. Nessa obra Letícia decidiu
nos contar os dez anos de revolução pelos olhar das mulheres da família de
Bento Gonçalves: sua esposa Caetana, sua filha Perpétua, as irmãs Ana e Maria,
e as sobrinhas Rosário, Mariana e Manuela, filhas de Maria.
O livro é dividido em dez partes, cada parte
dedicada a um ano da revolução, e cada parte é dividida em capítulos que são
alternados entre as narrativas em terceira pessoa e os diários de Manuela.
A linguagem pode incomodar algumas pessoas, já que
a autora manteve a forma de linguagem usada na época, com termos antigos e
regionalismo, o que considero um ponto positivo por dar mais veracidade à
história.
Além disso, a narrativa da autora é muito
envolvente, vívida e flui muito bem, nos permitindo imergir na história, e
mesmo a obra não tendo como foco as batalhas e os aspectos políticos da
revolução, o livro não é cansativo.
Durante a narrativa a autora mistura realidade e
ficção; já que os diários de Manuela são invenções da autora, mas dá para
perceber o cuidado que a autora teve com as pesquisas referentes às batalhas
ocorridas durante a revolução e personagens históricos, como Garibaldi e Anita,
Rossetti, Teixeira Nunes, Canabarro, Neto e o próprio Bento Gonçalves, bem como
a próprias mulheres.
Um comentário que vi e ouvi muito a respeito da
obra é o fato da autora não ter incluído em sua narrativa uma figura de mulher
forte e a frente de seu tempo, e ter retratado o estereótipo de mulher do
século 19. O que eu discordo, em primeiro lugar por se tratar de uma obra focada
em uma história real e em segundo a autora não precisou criar personagens
fortes, pois temos essas personagens de carne e osso, como Antônia que após
ficar viúva muito nova, gerenciou sozinha e de forma competente todos os
negócios da família, não julgou a sobrinha, Mariana, mas a acolheu e a
perfilhou, junto com o marido e o filho. E o que disser de Ana Maria de Jesus
Ribeiro? Não reconhece esse nome? Talvez você a conheça pelo apelido de Anita
Garibaldi, dado pelo seu segundo marido Giuseppe Garibaldi. Creio que a garra
dessas duas personagens serve de contraponto as demais personagens.
A obra foi adaptada na forma de minissérie com 53
capítulos em 2003 pela Rede Globo. Eu acompanhei a trama na época e no reprise
de 2006. Apesar das inúmeras diferenças entre o livro e a minissérie, gostei
muito de ambos e recomendo.
Então é isso, espero que vocês tenham gostado.
Beijos e até a próxima.
Comentários
Postar um comentário