O Crime do Padre Amaro – Eça de Queirós, foi lançado em 1875, sendo o
primeiro romance do autor e uma das primeiras obras do movimento
realismo-naturalismo português (caso queira saber mais sobre esse movimento
literário e artístico clique aqui). Por se tratar de uma obra do século 19 e
Portuguesa, há alguns termos que podem causar estranhamento, mas nada que o tio
Google ou um velho e bom dicionário não resolvam.
Em
2005, quando cursava o 2º Ano do Ensino Médio, fui obrigada a ler este livro
para a aula de Português, e quando a professora informou a sala do trabalho
sobre a obra logo pensei “Lá vem livro chato!”, mas sou obrigada a confessar
que quebrei a cara legal, pois gostei muito. E recentemente me bateu aquela
vontade de relê-lo e não passei vontade, corri na estante do meu padrasto para
pegar emprestado.
Sobre
a obra: é narrada em 3º pessoa e com narrador onisciente, apesar de não ser de
forma alguma imparcial. Utilizando de muita ironia, o autor, faz duras críticas
ao clero e a sua influência na politica, assim como na sociedade de forma
geral, as criticas são feitas através de vários personagens, incluído o
narrador, que durante a narrativa não deixa de dar as suas “alfinetadas”. Além
das criticas ao clero, há também criticas em relação ao Estado e a Família.
O
livro nos conta a história de Amaro, filho dos empregados da Marquesa de
Alegros, que após a morte dos pais, passa a cuidar dele, e acaba por fazê-lo
padre, lhe impondo esse caminho, sem se importar com os interesses de Amaro.
Após
terminar o seminário, Amaro se torna pároco em uma pequena província do
interior, mas se valendo da influência da filha da Marquesa, a Condessa de
Ribamar, ele consegue transferência para Leiria, sede do bispado.
Com
a ajuda de seu antigo professor do seminário, Cônego Dias, Amaro se instala de
aluguel em casa de Dona Joaneira, uma senhora que mora com a filha Amélia, na
Rua das Misericórdias, que acaba por se tornar ponto de encontro das religiosas
da cidade.
Após
pouco tempo, Amaro e a menina Amélia começam a se interessar um pelo outro, e toda
a trama gira em torno do envolvimento amoroso dos dois. E sem mais para não dar
nenhum spoiler.
O
que pude notar é que em momento algum o narrador mostra interesse em nos causar
empatia com nenhum personagem, muito pelo contrário, como já havia dito (em
post anterior), o meu desejo era socar alguns deles, muitas vezes eu tive de
fechar o livro e praguejar, e muito, um ou outro personagem para depois retomar
a leitura.
Apesar
da raiva que fiquei de alguns personagens, gostei e muito da obra e fica a dica.
Mas não vá esperando algo como “viverão felizes para sempre no país dos
arco-íris”, ou um final “lindo e cor-de-rosa”, e sim algo mais real (daí o nome
do movimento – Realismo).
Espero
que tenham gostado. Beijos e até a próxima.
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