Olá... Tudo bem com vocês???
Nesse post irei comentar sobre minha experiência de leitura do livro "Auto da Compadecida" de Ariano Suassuna. A
obra é uma peça teatral em forma de auto, dividida em três atos escrita em 1955.
O legal é que o cenário
e o enredo são muito simples, e o próprio Ariano dá algumas dicas para quem deseja
encenar a peça. Sua primeira encenação foi em 1956, em Recife, Pernambuco. Posteriormente
houve nova encenação em 1974, com direção de João Cândido. A peça foi adaptada para
o cinema pela primeira vez em 1969 com o filme "A Compadecida".
Foi apresentada em 1999
na Rede Globo como minissérie, "O Auto da Compadecida". Na segunda e mais
conhecida adaptação feita para o cinema em 2000, é chamada também de "O Auto da Compadecida", nela aparecem alguns
personagens como o Cabo Setenta, Rosinha e Vicentão. Eles não fazem parte da peça
original, e sim de "A Inconveniência de Ter
Coragem", também de Ariano Suassuna.
A história se passa no Nordeste
brasileiro, e trás uma mistura de cultura popular e tradição religiosa. Ariano se
apropria de várias ideias e elementos da tradição da literatura de cordel. Traços
de linguagem oral se fazem presente na escrita, demonstrando a classe social do
personagem, apresenta também regionalismos pelo fato de a história se passar no
nordeste.
A obra é narrada por um
palhaço, uma tremenda ironia do autor. E os dois personagens principais são João
Grilo e Chicó:
· João
Grilo é o amarelo mais amarelo de Tapeorá, um sujeito astuto, que se vale de sua
esperteza para conseguir sobreviver.
· Chicó
é covarde e um mentiroso “inofensivo”, que vive contando suas lorotas, e quando
questionado ele sempre responde: Não sei, só sei que foi assim.
Além desse dois personagens
a peça conta com:
· O
padeiro - Homem avarento, dono da padaria de Taperoá. Esposo de uma mulher infiel.
· A
mulher do padeiro - Mulher adúltera que se diz santa. Vive agradando seu marido.
E assim como seu cônjuge, é muito avarenta.
· Padre
João - Padre que chefia a paróquia de Taperoá. Muito racista e avarento, visando
somente o lucro material.
· Bispo
- Assim como o padre, ele é muito avarento, e vive difamando seu colega, o Frade.
· Frade
- Um homem honesto e de bom coração. Não sabe que vive sendo difamado pelo Bispo.
· Sacristão
- O sacristão da paróquia é um homem desconfiado e conservador.
· Antônio
Morais - Antônio é um major ignorante e autoritário, que usa seu poder para amedrontar
os mais pobres.
· Severino
- Severino é um cangaceiro que encontrou no crime uma forma de sobrevivência, já
que seus pais foram mortos pela Polícia.
· Cangaceiro
- É um dos capangas de Severino. Vive fazendo de tudo para agradar seu chefe, a
quem idolatra.
· A
Compadecida - É a própria Nossa Senhora. Bondosa e cândida, ela intercede por todos
no Julgamento.
· Manuel
- É o próprio Jesus Cristo, e também o juiz do povo, julgando sempre com sabedoria
e imparcialidade, mas tem o dom da misericórdia. Nesta versão, ele possui a pele
negra, o que causa espanto em alguns.
· Encourado
- é a encarnação do Diabo. Vive tentando imitar Manuel, por isso exige reverências
pelos lugares onde passa. É o justo promotor do Julgamento, mas diferentemente de
Manuel e da Compadecida, não possui misericórdia.
· Satanás
- É o fiel servo do Encourado. Vive fazendo de tudo para agradá-lo, porém é desprezado
pelo mesmo.
Essa é uma peça muito engraçada,
e trás inúmeras críticas sociais: domínio da igreja, desigualdade social, corrupção,
instituição do casamento.
Fica SUPER MEGA RECOMENDADO
essa peça de teatral. Espero que tenham gostado. Beijos e até a próxima.
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