Olá, olá, olá... Hoje
irei falar sobre o livro "O Retrato de
Dorian Gray " de Oscar Wilde, que foi o livro desafio do mês de Abril no
Desafio Literário de 2015 e representou a Inglaterra no PLM, caso não saiba do
que estou falando é só clicar nos links...
Bem, antes de começar,
devo avisar que esse será um dos posts mais difícil de escrever, por vários
motivos: primeiro por que ainda não sei como me sinto em relação a esse livro,
creio que será necessária uma releitura para isso. Segundo, devido ao meu tempo
para fazê-lo, que é curto: trabalho, TCC, etc., estão me consumindo... Levando
esses fatos em consideração, vamos aos comentários.
A obra foi publicada
originalmente como uma história periódica em julho de 1890 na revista
mensal Lippincott's Monthly Magazine.
Por imposição dos editores, a obra foi revisada por Wilde e publicada como um
romance em 20 capítulos em 1891. Dessa forma "O Retrato de Dorian Gray" existe em 3 versões, a edição que foi
publicada na revista de 1890 (alterada), a edição em forma de romance
(alterada) e a edição “original” como Wilde idealizou. A edição que li foi o
romance alterado, da Editora Abril, com tradução de Oscar Mendes.
Dorian é um rapaz
extremamente bonito que encanta a todos com sua beleza, mas ao meu ver é fútil e
totalmente influenciável – assim como um retrato que pode ser pintado como o
artista bem entender.
Inspirado pela beleza
do jovem, seu amigo Basílio faz um retrato de Dorian, que se torna sua
obra-prima, onde consegue capturar toda a essência e beleza do modelo.
Por intermédio de
Basílio, o jovem é apresentado a Lord Henry, um aristocrata, que é um belo
exemplo do pensamento vigente na época, tanto no que diz respeito as mulheres,
como a vida em sociedade, e para mim, ele foi de longe o personagem mais
marcante da historia, e com seu cinismo irritou-me profundamente...
“–
Meu caro amigo, nenhuma mulher é gênio. As mulheres são um sexo decorativo. Não
tem nunca nada a dizer, mas dizem-no de um modo encantador. As mulheres
representam o triunfo da matéria sobre a inteligência, exatamente como os
homens representam o triunfo da inteligência sobre os costumes.”
Impressionado com uma
conversa que teve com Lord Henry (que sempre exerceu influência sobre Dorian), o
rapaz se desespera com o fato de que sua beleza se perderá com o tempo, já seu
retrato permanecerá intacto, e deseja que o retrato possa envelhecer em seu
lugar e que ele permaneça belo e jovem.
É nesse momento que
algo bizarro ocorre. Por um motivo desconhecido esse desejo se realiza e embora
faça muitas loucuras nenhuma ruga, nenhuma ferida, nenhuma marca é acrescentada
em seu corpo e sim ao quadro, o que é muito interessante de se observar. Esse é
o enredo básico da narrativa, o que acontece a partir daí, o desfecho só lendo
para descobrir.
Vale lembrar que a obra
foi escrita no período vitoriano, época em que as aparências valiam mais que
tudo (o que acontece até hoje), e traz fortes críticas a esse hábito da
sociedade desse período.
No entanto, estes escândalos
segredados só aumentavam, aos olhos de muitos, o seu estranho e perigoso
encanto. A sua enorme fortuna era um certificado de confiança. A sociedade,
pelo menos a sociedade civilizada, nunca está predisposta a acreditar em tudo o
que seja em detrimento daqueles que são simultaneamente ricos e fascinantes.
Sente instintivamente que as maneiras são mais importantes do que a moral, e,
em sua opinião, a respeitabilidade, por muito grande que seja, tem muito menos
valor do que possuir-se um bom chef. E, afinal de contas, não serve de
consolação dizer-nos que o homem que nos ofereceu um péssimo jantar, ou um
vinho de má qualidade, tem uma vida privada irrepreensível. As próprias
virtudes cardeais não podem resgatar entrées quase frias, como uma vez observou
Lord Henry num debate sobre o assunto, e provavelmente haverá muito a dizer em
abono da sua opinião. Os cânones da boa sociedade, na verdade, são, ou deveriam
ser, os mesmos que os da arte. A forma é-lhe absolutamente essencial. Devia ter
a dignidade inerente a uma cerimónia, bem como a sua irrealidade, combinando o
carácter insincero de uma peça romântica com o espírito e a beleza que tornam
essas peças tão deliciosas para nós. Será a insinceridade assim tão terrível?
Creio que não. É simplesmente um método que nos possibilita multiplicar as
nossas personalidades.
Como já havia
mencionado, Dorian me pareceu um rapaz ingênuo, fútil e superficial, mas que ao
descobrir que ficaria jovem apesar de tudo, ele se mostrou uma pessoa depressível...
O que me lembrou do ditado “Quer conhecer uma pessoa, então dê poder a ela”.
Uma pergunta que a obra
levanta é o quão benéfico ou maléfico pode ser a influência de uma pessoa sobre
a outra? Tudo que Dorian fez, todas suas ações foram motivadas por influência
de outra pessoa, ou ele já era assim em sua essência???
Espero que tenham
gostado... Beijos e até a próxima.
Esse é um dos livros que tenho vontade de ler, pois vi o filme antigo e me pareceu fiel, mas como não li não sei.....acho que essa questão da beleza é muito pertinente, mas bem profunda na verdade....a influência é complicada, mas acho que tudo depende da "outra" pessoa, ela quer se deixar influenciar?
ResponderExcluirBjs
Eu ainda estou processando a leitura, pretendo reler (agora a edição sem censura) para formar uma opinião melhor. Sobre a influência creio que há a vontade de se fazer e a outra pessoa (a má influência) só dá um empurrão. Beijos.
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